Durante o ensaio para o Changchun Airshow na China, dois eVTOLs (ou “carros voadores”) da XPeng AeroHT colidiram e caíram. O acidente, ocorrido hoje (16 de setembro de 2025), resultou em pelo menos uma pessoa ferida, que foi prontamente hospitalizada, segundo o noticiário local. Apesar do susto, a XPeng afirmou que os ferimentos não representam risco de vida.
O choque entre as aeronaves aconteceu durante um exercício de formação, e a causa preliminar apontada pela empresa foi ”distância de separação insuficiente” (não seria essa a causa de qualquer colisão?). Embora o voo de um dos eVTOLs tenha sido interrompido, ele conseguiu realizar um pouso seguro. O outro sofreu danos estruturais significativos e pegou fogo ao atingir o solo. O local do acidente foi isolado para a investigação, e a empresa trabalha para determinar as circunstâncias exatas que levaram à colisão.
Imagens do incêndio foram publicadas na rede social chinesa Weibo:

Subsidiária da fabricante de carros elétricos XPeng, a XPeng AeroHT é uma das empresas que disputam a corrida global para comercializar “carros voadores” – cujo nome verdadeiro é eVTOLs, de Vertical Take Off and Landing (“decolagem e pouso vertical”), mais o “e” para indicar que são elétricos. Fabricantes, inclusive a brasileira Embraer, adoram chamar seus veículos assim (e, convenhamos, tem uma sonoridade melhor que eVTOL).
Mas no caso da XPeng pode ao menos parecer bem literal: a empresa anunciou no ano passado um eVTOL modular que, de fato, pode carregar um carro como um módulo. Ele foi chamado de Land Aircraft Carrier – “porta-aviões terrestre”, apesar de na verdade estar mais para um “porta-carros aéreo”. As vendas foram inicialmente previstas para o último trimestre deste ano, mas não houve mais notícias desde então.
eVTOLs podem até se tornar uma visão comum na cidade em breve, mas acidentes como o de agora mostram por que nunca serão realmente “carros aéreos”: ninguém quer ver o trânsito caindo sobre sua cabeça. Carros pessoais saindo da garagem para os céus devem continuar na ficção científica. Os eVTOLs em desenvolvimento são autônomos e, se pilotados, exigiriam brevê e autorização do controle aéreo. A ideia é mais que funcionem como táxis aéreos de curta distância – algo que já existe com helicópteros, mas seria muito mais barato.