Em novembro, na COP 30 em Belém, o consórcio formado entre o grupo Náutica, JAQ, Itaipu Parquetec e GWM deve apresentar seu Explorer H1, um barco híbrido usando hidrogênio para geração elétrica.
Primeiro barco produzido pela JAQ, uma startup nacional de soluções navais com hidrogênio, ela utiliza a tecnologia da GWM Hidrogênio FTXT, braço de inovação da GWM. O H1 tem 36 metros de comprimento e é equipado com um sistema de geração de energia a partir de uma célula a combustível de 120 kW alimentada por hidrogênio. Por enquanto, ele ainda não conta com motor.

Durante a COP30, o Explorer H1, ficará atracado em uma ilha flutuante artificial montada pelo Grupo Náutica em Belém, e servirá como uma exposição tecnológica. Segundo os fabricantes, a hotelaria da embarcação, incluindo a iluminação, climatização, cozinha, lavanderia e sistemas de entretenimento, será alimentada exclusivamente por essa célula de hidrogênio, com zero emissão de carbono durante o evento.
Em 2026, o barco deve receber sua motorização: um motor híbrido com 20% de hidrogênio e 80% diesel, que ainda assim, afirmam os responsáveis pela iniciativa, deve ter suas emissões reduzidas em 80%. Para 2027 está prometido o H2, um irmão maior com 50 metros de comprimento e – agora sim – propulsão 100% a hidrogênio.
“Esse projeto demonstra como a tecnologia de hidrogênio deve ser um pilar da transição energética em diferentes modais. A COP30 será a oportunidade perfeita para mostrar que o Brasil e a GWM Hidrogênio FTXT podem liderar essa transformação”, afirma Davi Lopes, Head da GWM Hidrogênio FTXT. “Nosso objetivo é cuidar dos biomas, navegar sem poluir e mostrar que o Brasil está preparado para liderar essa transformação”, destacou Ernani Paciornik, presidente do Grupo Náutica e do Projeto JAQ Hidrogênio. “A participação da GWM neste projeto mostra como a companhia está pronta para contribuir com soluções sustentáveis na prática e, em diferentes setores da mobilidade. A COP30 será um palco global para mostrar o potencial transformador do hidrogênio verde”, afirma Ricardo Bastos, Diretor de Assuntos Institucionais da GWM.
O que é hidrogênio verde?
Quando os organizadores da ação falam em “hidrogênio verde”, isso se refere a seu método de produção – o hidrogênio continua a ser um gás incolor. Ele é produzido a partir da eletrólise, dividindo a água em oxigênio e hidrogênio pela aplicação de eletricidade. Esse hidrogênio é tão “verde” quando a matriz elétrica usada em sua produção.
Quando usado com células elétricas, o hidrogênio pode ser considerado uma espécie de “bateria” em forma de gás (geralmente liquefeito). Ou pode também ser apenas queimado em motores a combustão interna, foguetes ou turbinas. Em ambos os casos, sua única emissão principal é água, sem gases-estufa.
A maioria do hidrogênio produzido comercialmente é “cinza”. Ele é feito a partir de combustíveis fósseis, geralmente gás natural (metano). No processo de reforma a vapor de metano, o metano recebe a adição de vapor de água e resulta em hidrogênio mais monóxido de carbono – esse último em quantidade quase seis vezes maior que o hidrogênio. Então, mesmo que a “queima” do hidrogênio gere apenas água, a emissão (pesada) de gases estufa aconteceu na produção.
Os fabricantes afirmam que o segundo barco produzirá seu próprio hidrogênio a partir da água ambiente. Como eletrólise exige energia, ficou faltando explicar de onde vem essa energia – que é, em última instância, o real combustível do barco. Talvez funcione com o barco parado e ligado à rede elétrica, usando realmente o hidrogênio como bateria? Pedimos esclarecimentos à GWM, mas não obtivemos resposta em tempo de publicação.