A BMW anunciou uma novidade para a eletrificação de sua linha: o novo X5, que chega em 2026, terá uma versão movida a hidrogênio até 2028. O modelo, que na nova geração será chamado de iX5, será o primeiro carro de produção em série da marca a utilizar a tecnologia de célula de combustível.
Em princípio, o iX5 será oferecido em versões a gasolina, diesel, híbrida plug-in e elétrica pura. A opção de hidrogênio, no entanto, será adicionada à linha com uma terceira via para a eletrificação.
A célula de combustível de terceira geração, que equipará o iX5, foi desenvolvida em parceria com a Toyota, com quem a BMW mantém um acordo de colaboração desde 2011. A nova tecnologia promete ser mais compacta, potente e eficiente do que as versões anteriores.
Uma célula de combustível é capaz de transformar energia armazenada quimicamente (isto é, um combustível líquido) diretamente em eletricidade, que é usada para mover motores elétricos. Isso poderia superar alguns problemas atuais percebidos nos elétricos a bateria, como a falta de infraestrutura de carregamento – veículos a células de combustível carregam em postos convencionais – ou o processo complexo e poluente para criar (e se desfazer das) baterias.
O hidrogênio é visto como um potencial substituto para combustíveis fósseis porque pode ser produzido por eletrólise da água – se a matriz elétrica é limpa, não há emissões e isso é chamado “hidrogênio verde”. Na prática, quase todo hidrogênio atualmente distribuído, principalmente para usos industriais, é “cinza”: produzido a partir do gás natural (metano), liberando carbono na atmosfera em seu processo de produção.
Há uma dificuldade no hidrogênio como substituto da gasolina: ainda que tenha uma excepcional densidade energética por peso – quase o triplo de energia (140 megajoules por quilograma) da gasolina (44 MJ/kg), ele ocupa um volume muito grande. 1 kg de hidrogênio líquido ocupa um espaço de 15 litros – um tanque de 60 litros só conseguiria armazenar 4kg, equivalente a menos de 12 litros de gasolina. Para armazenar o mesmo que um tanque de 60 litros de gasolina, seria necessário um tanque de hidrogênio com um volume de mais de 300 litros – um porta-malas inteiro. Em carros grandes como SUVs isso é contornável, mas torna complicada a adoção em veículos menores ou muito maiores, como aviões.
Apesar da rede de distribuição de hidrogênio ser ainda menor que a de carregadores rápidos, a BMW acredita em seu potencial. A empresa está investindo em iniciativas como a HyMoS (Hydrogen Mobility at Scale) para apoiar os ecossistemas de hidrogênio já existentes, inicialmente na Alemanha e na França.
