Mercedes-Benz apresenta Vision Iconic, conceito elétrico art déco

Conceito presta homenagem a “era de ouro do design esportivo” dos anos 1930 e outras eras, com tecnologias do século 21

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Publicado em: 14 de outubro de 2025

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Editado em: 14 de outubro de 2025 01:10

A Mercedes-Benz apresentou o novo show car Vision Iconic, um conceito retrofuturista homenageando a “era de ouro do design automotivo dos anos 1930”. O carro combina a estética art déco da época com tecnologias ainda hoje futuristas como a autonomia Nível 4, computação neuromórfica (inspirada no cérebro humano) e a pintura solar que gera eletricidade.

“Inspirado nos anos dourados do design automotivo dos anos 1930, esse show car demonstra a pura essência da Mercedes-Benz”, afirma Gorden Wagener, chefe de design do Mercedes-Benz Group AG. “Com o capô criando uma presença majestosa, linhas fluidas esculturais, e um toque de art déco, ele se eleva para se tornar um ícone real da beleza automotiva. O interior, com o banco contínuo, e a traseira elegante, trazem memórias do lendário 300 SL.”

Ainda que o carro seja elétrico, ele tem uma grade realmente proeminente, que lembra não os anos 1930, mas a era dos filmes de James Bond, clássicos como o W108 e o 600 Pullman. Ela não é “real”, feita para a entrada de ar para refrigeração, mas possui um contorno e luzes de led capazes de criar desenhos. Acima, o ornamento com a marca é também iluminado.

Retrotástico

O interior é amplo e contém um banco inteiriço, como era comum até os anos 1970, em veludo azul. O piso, também azul, é adornado com uma técnica decorativa do século XVII, a marchetaria de palha. Os painéis das portas tem um acabamento semelhante a pérolas, e os puxadores de metálicos têm tons prata-dourados. O painel de instrumentos, em estrutura de vidro flutuante misturando controles digitais e analógicos, é retrofuturista e não estaria fora de lugar num gibi de Flash Gordon de 1935. O volante não tem coluna de direção física, mas usa sensores e atuadores – um recurso que a Mercedes já prometeu para toda sua linha a partir do ano que vem.

A computação neuromórfica, inspirada no cérebro humano, busca fazer cálculos de inteligência artificial semelhantes aos dos motoristas humanos. A Mercedes-Benz estima que isso pode reduzir em 90% os requisitos de energia para o processamento de dados na condução autônoma Nível 4. Essa autonomia é equivalente aos robotáxis Waymo, e indica que o veículo é capaz de parar sozinho sem intervenção humana em casos de emergência, mas sua cobertura geográfica é limitada e, no caso de um veículo particular, exige a presença de um motorista qualificado diante do volante, que pode ser acionado em certos casos. É um passo antes do nível máximo (5), em que nem volante o carro precisaria ter.

Por fim, a parte mais difícil de acreditar: toda a superfície externa do Vision Iconic apresenta uma pintura solar para estender o alcance. Essa pintura seria reciclável, sem fazer uso de terras raras ou silício. A autonomia prometida seria 12 mil km. Carros puramente solares já atingiram 29.753 km em 2012. A questão é que a jornada, com um veículo feito apenas para isso, sem qualquer comodidade, e com peso mínimo, levou 168 dias, 8 deles parados carregando ao sol.

A superfície de um carro e a luz solar são limitadas: mesmo se a 100% da luz fosse absorvida nas condições máximas da Terra, isso daria cerca de 1.000 Watts por m² de superfície geradora. Se o carro tivesse 20m² de superfície (isso seria equivalente a uma van de carga), com uma motorização superesportiva de 1000 cv (não se esperaria menos, não?) ele usaria 735.5 kW. Toda a superfície produziria 1/36 da energia que o carro necessita, em condições máximas de eficiência.

Nanananana

Mas conceito é ficção científica e ficção científica não é ciência. Markus Schäfer, Membro do Conselho de Administração da Mercedes-Benz Group AG, afirmou que o Vision Iconic “personifica nossa visão para o futuro da mobilidade” e estabelece novos padrões para a era elétrica e digital.

O Vision Iconic foi projetado para ser “difícil de ignorar” e definitivamente é. O menino em min não resiste a compará-lo com o Batmóvel (principalmente o do desenho nos anos 1990). E isso é um elogio, todos amam o Batmóvel. Mas para que ter o Batmóvel se não for para dirigir, com autonomia total? Capturar malfeitores?

(Pensando melhor, o Batmóvel tem autonomia 5.)

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