Contrariando expectativas vindas de planilhas de vendas, a Hyundai vai jogar mais fichas ainda num veículo que tinha sido um azarão: o Nexo, um carro a célula de hidrogênio (FCEV).
Essa é uma tecnologia que lembra um pouco a fusão nuclear, em parecer que sempre está quase ali, mas ainda não chegou. Ou talvez a comparação seja inadequada, porque a tecnologia já existe, e promete ser o melhor de dois mundos – carregamento rápido como carros a combustão interna, com desempenho de elétrico. Só falta “colar”.
A Hyundai, que já desenvolve FCEVs há 28 anos, aposta que irá, e sua aposta é um pouco diferente de outra montadora asiática investindo na tecnologia: a Great Wall Motors vê o hidrogênio como uma possibilidade para transporte pesado, mas não carros.
Para se ter uma ideia de quanto o nexo tem sido azarão, dá para pegar o número de vendas total nos Estados Unidos: 5. Não faltou zero, não, foram cinco unidades.
O Nexo vem pela submarca HTWO – que não é uma sigla, mas se pronuncia eich-two: H₂, a molécula do hidrogênio (captou?). Com isso, ele tem uma frente única, com quatro pontos de luz quadrados que o diferenciam de outros modelos da Hyundai.
Em relação à geração anterior, a principal evolução é o sistema eletrônico de energia, que permite que as baterias dupliquem a carga potencial de 40 kW para 80 kW. Operando em conjunto com a célula de hidrogênio, o total do conjunto produz 190 kW (254 cv), o que permite ao carro ir de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos.
O alcance total com tanto a bateria quanto o tanque de hidrogênio completo é 827 km (WLTP). A bateria porém é mínima: 2,62 kWh, suficiente pra poder recuperar energia na frenagem, mas não para realmente operar sem hidrogênio. Junto com ela, o carro leva um tanque de 162,6 litros de hidrogênio, que pesam 6,69 kg – não se surpreenda: o hidrogênio é o elemento mais leve, e por isso era usado em dirigíveis. Eles podem ser carregados, segundo a Hyundai, em 5 minutos.
O interior tem telas curvas duplas de 12,3 polegadas e um sistema de som Bang & Olufsen com 14 alto-falantes, e um pacote de assistência ADAS. É um pacote típico de um SUV intermediário.
O carro deve estar disponível mundialmente no ano que vem – ainda sem palavras sobre o preço ou sobre o Brasil (o que é improvável). Resta ver se a aposta quase solitária irá se pagar ou o hidrogênio continuará a ser uma eterna tecnologia do futuro.
Via Hyundai



