A General Motors (GM) revelou oficialmente, esta terça-feira, os detalhes do novo Chevrolet Captiva EV, um modelo estratégico para firmar o pé de uma das marcas mais tradicionais no crescente mercado de elétricos. Chegando aos concessionários brasileiros em meados de novembro, o SUV elétrico posiciona-se como no segmento de SUVs intermediários. É um segmento bastante povoado, onde concorrerá com BEVs como o BYD Yuan Plus e o Omoda E5 e híbridos como os GWM Haval.
Mas o Captiva tem um um truque na manga para vencer os chineses: ele é chinês. O modelo foi desenvolvido na China pelo conglomerado SAIC-GM-Wuling, e é chamado em casa de Baojun 530. Já era vendido em outros países da América do Sul com o nome Captiva, na versão a combustão interna.
A marca Captiva na GM é antiga, datando de 2004, e foi usada para modelos diferentes ao redor do mundo, se transformando no Baojun 530 na segunda geração.
A gente fez essa graça com uma marca americana vendendo um carro chinês, mas isso não é nenhum demérito para o modelo. E, se o nome tradicional acalma o consumidor, toda força à GM. (Falando no que, o Spark EUV também é conhecido por Baojun Yep.)
Especificações
O Captiva chega exclusivamente em versão elétrica e configuração única de acabamento, denominada Premier. O modelo é equipado com um motor elétrico que entrega 201 cv. Sua bateria permite 304 km numa carga completa (Inmetro), que é menor que os números de padrões internacionais.
O pacote tecnológico inclui o sistema Chevrolet Intelligent Driving, conjunto de assistentes ativos de condução (ADAS). Possui acabamento interno com materiais macios e bancos traseiros reclináveis.
Posicionamento de Mercado A introdução do Captiva EV visa ocupar uma lacuna específica no portfólio da Chevrolet. O modelo será posicionado acima do compacto Spark EUV — atual modelo de entrada da marca, custando R$ 160 mil — e abaixo dos SUVs de segmento superior, Equinox EV, que custa R$ 350 mil. Assim, é de se esperar um preço na faixa dos R$ 250 mil. No Uruguai é vendido por cerca de R$ 190 mil.
A estratégia reflete a leitura da montadora sobre a evolução do mercado nacional. Segundo a GM (e confirmado por outros dados), o segmento de veículos elétricos no Brasil tem dobrado de tamanho anualmente desde 2020, com previsão de atingir cerca de 70 mil unidades comercializadas até o encerramento de 2025. A análise da empresa aponta para uma saturação inicial do nicho de compactos (hatches) e uma migração da demanda para a categoria de SUVs.
Essa decisão contrasta com a do grande rival, a Ford, que parece disposta a investir em modelos menores e mais baratos.
O veículo estará disponível em quatro opções de cores de nomes abrasileirados (Azul Búzios, Branco Lençóis, Cinza Diamantina e Dourado Jeri). O valor oficial ainda será divulgado.
