
No começo do mês, a Toyota Motor Corporation havia anunciado uma parceria estratégica com a Idemitsu Kosan Co., Ltd. com o objetivo de produzir em massa de baterias de estado sólido. A meta estabelecida pelas empresas é do início da produção em larga escala entre 2027 e 2028, visando equipar a futura geração de elétricos da Toyota.
Ontem, no Japan Mobility Show, Keiji Kaita, presidente do Centro de Desenvolvimento de Engenharia Neutra em Carbono da Toyota, fez uma confirmação para o grande público. Ele disse que a tecnologia é “muito importante para o futuro” por conta das melhoras que oferece em usabilidade e durabilidade comparada com as baterias líquidas atuais. E falou que a Toyota está “dentro do prazo” para seu lançamento nos próximos 2 ou 3 anos.
A Toyota já foi criticadas por sua falta de entusiasmo na adoção de EVs puros, priorizando veículos híbridos, e suas promessas sobre baterias de estado sólido já tem mais de 10 anos. Mas agora a notícia parece ser realmente quente.
Ao contrário das promessas do passado, a Toyota agora apresenta um parceiro industrial concreto – a Idemitsu, que tem desenvolvido a tecnologia de eletrólitos sólidos de sulfeto – e um cronograma definido. Então há boas razões para acreditar que ela possa mesmo entregar essa promessa.
Por que estado sólido?
Baterias de estado sólido são simples de explicar no seu mais básico: no lugar de usarem líquidos, como as atuais, elas são sólidas, como uma pilha. Isso muda muita coisa: elas podem ser construídas de forma mais compacta, dando muito mais flexibilidade de construção e permitindo bem mais autonomia num carro com o mesmo volume. Além disso, não teriam a propensão a incêndios das baterias atuais.
São simples de explicar, mas muito difíceis de produzir. Existem enormes desafios industriais para tornar baterias desse tipo industrialmente via’veis, mas há razões para acreditar que o desafio seja superado em breve. Uma delas é a Toyota agora.
O foco da colaboração será nos eletrólitos sólidos de sulfeto, um material que a Idemitsu pesquisa desde 2001 e que é considerado ideal para baterias que exigem “alta capacidade e alta potência”.
Eletrólito é a parte da bateria que facilita o transporte de íons entre o ânodo (polo negativo) e cátodo (polo positivo) da bateria. É o ácido numa bateria de chumbo convencional, e a parte líquida da bateria de íon-lítio usada atualmente (sais de lítio misturados em solventes).
Segundo o comunicado, as tarefas serão divididas entre Idemitsu, responsável pelo desenvolvimento e fabricação do eletrólito sólido. A empresa já opera uma planta piloto para validar o processo. Quanto à Toyota, essa cuidará do desenvolvimento da bateria de estado sólido em si, usando esse eletrólito, e de sua integração nos veículos, além de planejar a produção em massa.
As duas empresas formarão uma força-tarefa para coordenar o desenvolvimento e garantir o cumprimento dos prazos.
Uma montadora japonesa tida por retardatária na corrida dos elétricos chegar primeiro no que é visto como o Santo Graal do desenvolvimento, seria uma grande revirada num mercado em que a China está na dianteira.
Via Autocar