Enquanto nos Estados Unidos o fim do subsídio governamental está fazendo figuras do mercado decretarem o fim da eletrificação, do outro lado do Atlântico vêm as boas notícias: as vendas de EVs no Reino Unido brilham.
Isso faz parte de um movimento geral do mercado, que registou um forte aumento em setembro de 2025. Mas esse aumento foi impulsionado por um desempenho recorde nos EVs a bateria (BEVs). De acordo com a Society of Motor Manufacturers and Traders (SMMT), o mercado total cresceu 13,7%, atingindo 312.887 emplacamentos, o melhor resultado desde setembro de 2020.
A eletrificação foi a principal força por trás do crescimento, com mais da metade (50,8%) de todos os veículos novos registados no Reino Unido como eletrificados.
Os BEVs são em maior número: atingiram 72.779 emplacamentos, 23,3% de todo o mercado de carros novos e o maior número já registrado. Híbridos Plug-in (PHEVs) vem a seguir, com 38.308 veículos, ou 12,2% do mercado. E híbridos convencionais (HEV), 47.883, 15,3% do total. Em termos de crescimento, PHEVs foram melhor: 56,4% a mais que em 2024, versus 29,1% a mais de BEVs e 14,1% de HEVs. Num período de crescimento, os veículos a gasolina também subiram, mas apenas 2,4%, contra quase 33% para todos os eletrificados.
No acumulado de 2025 até agora, carros a combustão interna tiveram um declínio de -8,2%, enquanto eletrificados subiram 20% (lembrando que houve queda geral no começo do ano).
Vendas de EVs são a estrela do crescimento
Apesar do desempenho recorde, o Chefe Executivo da SMMT, Mike Hawes, comentou sobre o movimento do mercado: “Veículos eletrificados estão impulsionando o crescimento do mercado depois de um verão lerdo – e com aumentos recordes de veículos de emissão zero, o investimento massivo da indústria está se pagando, ainda que esteja aquém das ambições”.
Na direção oposta dos EUA, o Reino Unido acaba de aprovar o Electric Car Grant – um subsídio de até £3,750 (~R$ 27 mil) que deve durar até 2029. “O Electric Car Grant vai ajudar a vencer uma das barreiras impedindo mais motoristas de fazerem a transição – e remover os obstáculos que permanecem no caminho, por meio de destravar investimentos para infraestrutura e diminuir os custos de energia, será crucial para o sucesso da indústria e as metas ambientais que compartilhamos”, afirma Hawes.
O Brasil ainda engatinha, com 15% dos emplacamentos sendo de eletrificados, e HEVs – que são, para fins ambientais, carros a combustão interna – ainda são a categoria mais popular. Mas nosso país ainda comporta números como um crescimento de mais de 100% entre dois anos. Como nem temos ainda um subsídio propriamente para elétricos, é muito improvável que nosso país siga o exemplo dos Estados Unidos.
